sexta-feira, 12 de agosto de 2011

O amor não morre. Bom Dia dos Pais.


Amanhã, 13 de agosto, faz 4 meses que meu paizinho se foi. E ai domingo é Dia dos Pais, data que comemorávamos juntos e sempre com tanta alegria, sede de viver, marca tão forte do seu Heraldo! Ainda bem que o sentimento do amor tá vivo, transcende ao tempo. Então, pai, deixo pra ti os versos de Quintana.  Aqui da terra e com uma saudade que nunca se vai, te desejo um Bom Dia dos Pais. Te amo.


As tuas mãos tem grossas veias como cordas azuis
sobre um fundo de manchas já cor de terra
— como são belas as tuas mãos —
pelo quanto lidaram, acariciaram ou fremiram
na nobre cólera dos justos...

Porque há nas tuas mãos, meu velho pai,
essa beleza que se chama simplesmente vida.
E, ao entardecer, quando elas repousam
nos braços da tua cadeira predileta,
uma luz parece vir de dentro delas...

Virá dessa chama que pouco a pouco, longamente,
vieste alimentando na terrível solidão do mundo,
como quem junta uns gravetos e tenta acendê-los contra o vento?
Ah, Como os fizeste arder, fulgir,
com o milagre das tuas mãos.

E é, ainda, a vida
que transfigura das tuas mãos nodosas...
essa chama de vida — que transcende a própria vida...
e que os Anjos, um dia, chamarão de alma...

(Mario Quintana)

1 comentários:

Reiko Miura disse...

Também tenho saudades do meu pai, de quem fiquei mais próxima quando ficou velhinho. Foi dele que herdei este espírito aventureiro.

 
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