quinta-feira, 21 de abril de 2011 0 comentários

Dá pra evitar a superbactéria. Dá?

Li hoje no Brasília Confidencial que, em Alagoas, o Hospital  Hospital Geral do Estado (HGE) confirmou a contaminação de  oito pacientes  com a superbactéria Acinectobater baumannii. 

A situação em Alagoas é gravíssima, pois a superbactéria já matou nove pessoas, sendo cinco adultos e quatro bebês, no Hospital Universitário, o qual fechou a maternidade e a UTI neonatal, entre 30 de março e 19 de abril. Dois bebês e três adultos continuam internados.


Nas fotos abaixo, meu pai, um apaixonado pela vida, pela família e pelo mar.  Ele também, uma vítima da superbactéria. Papai resistiu bravamente por 36 dias na UTI do Hospital Saúde da Mulher, em Belém. Entrou no hospital a 7 de março, com uma simples virose. Dois dias depois, após a primeira sessão de hemodiálise da vida dele, subiu pra UTI. Ali, teve pneunomia, ele que nunca gripava e nem tinha tosse. Depois da pneumonia, infecção hospitalar motivada pela maldita superbactéria que já matou tantos em Alagoas.


A gente fica se indagando do porquê de existir essa superbactéria e eu lembro que, no caso da UTI em que esteve meu pai, as condições de higiene eram péssimas. No horário de visita, qualquer pessoa entrava sem roupa especial ou asseio maior que um simples lavar de mão. No leito ao lado, encontrei alguém lendo um jornal para o seu doente. Um jornal! O trabalhador que faz a limpeza, entrava sujo, suado e carregando utensílios de limpeza bastante sujos. Isso, numa UTI, com doentes em estado grave, instável!


Comparo a situação das famílias em Alagoas e a da minha família, hoje enlutada por essa brutal perda e fico lembrando do que me contou o amigo Maia: uma amiga dele foi fazer um tratamento de vitiligo em Cuba, num hospital público. O acompanhante dela pessoa não pode ficar no hospital porque tinha uma cárie e poderia contaminar os outros pacientes. Cuidou da cárie e pode acompanhar a pessoa com vitiligo. Que, a propósito, está curada.


Em Cuba, a infecção hospitalar é zero.  Com muito zelo do governo, do Estado, da sociedade.


Sem dúvida, um bom, um ótimo exemplo a ser seguido no Brasil. 


A todos e todas, uma Páscoa de luz e renascimento, paz e muita coragem! Pois a luta continua!

Papai caminha em Ajuruteua, Pará, no dia 25 de dezembro de 2010.

 Com Aline, em Fortaleza, na praia que ele mais amava: a Caça e Pesca.
 Papai, eu e Magé, grande amigo.
 Eu e meu veinho, no marzão de Fortaleza.
 Com mamãe, a companheira de 60 invernos, 60 verões, 60 primaveras...
E com Dandan, no mar de Fortaleza.
Bragança, no pará, a cidade amada de meu pai. A orla da Pérola do Caeté.
quarta-feira, 13 de abril de 2011 0 comentários

Papai se foi! Tá encantado agora...

 O casco de navio se rompeu, como diria meu eterno cunhado, Marco Antonio. Depois de resistir bravamente numa UTI durante 36 dias, papai se foi hoje, às 13:05, neste 13 de abril, dia em que meu filhote do meio, Silvinho, faz aniversário.


O que dizer? Nada. Só fica o sentimento e a crença de que, como diz meu amigo Samuca, pessoas como o papai não partem, se encantam.


Encantado, vai ver de novo o mar, que ele tanto amou, do qual tirou tanta peixe, tanta seiva, tanta vida!


Vai na luz, meu pai, meu amado! E que minha mãe, companheira do meu veinho por 60 invernos, consiga segurar as pontas.


Heraldo - Nascido em 03 de maio de 1923. Encantado a partir de 13 de abril de 2011. Nesse 3 de maio, veinho faria 88 anos.










domingo, 10 de abril de 2011 0 comentários

Cem dias de governo da presidenta Dilma



Os cem primeiros dias de governo da nossa presidenta estão dentro das minhas expectativas.Tem problemas a enfrentar, mas estão sendo enfrentados e o governo, governando, assim como movimento sindical e social vai fazendo o seu papel, aprofundando a democracia, tensionando, garantindo direitos, resgatando a cidadania onde o aviltamento se instalou.

Meu paizinho, que está na UTI de um hospital em Belém desde 9 de março votou na Dilma com alegria. Jamais votaria em tucano, ele que que tá fazendo história há quase 9 décadas de vida. Buscando direitos, incluindo o de ser feliz. 

Eu convidei papai a ir à posse da Dilma. Não quis. Não queria deixar mamãe sozinha no 1º dia de ano. Mas me abraçou forte e disse: Lúcia (meu nome é Vera Lúcia e papai é a única pessoa que me chama de Lúcia), essa moça vai fazer um grande governo!

Fui à posse da Dilma, com uma querida amiga. Voei de Belém a Brasília na madruga do dia 1º, num voo carésimo, mas a ocasião merecia. Queria misturar a minha energia a de todos e todas que caminhavam no chão molhado da Esplanada pra pedir aos céus que Dilma faça um governo inclusivo, que melhore a vida de cada brasileiro, de cada brasileira.  


Enfrentei com alegria e alguns calos a chuva forte do dia da posse. Chuva pra abençoar, pra regar o começo de um governo marcado pela esperança e pela luta. A posse foi num lindo e único dia, assim como o da primeira posse do Lula, em 2003. Já falei da posse aqui e aqui.


Boa sorte, companheira presidenta! Até aqui, meu veinho tá certo: é um grande governo!




Naturalmente, nos 100 dias do governo Dilma teve diversas tentativas de cizânia de alguns setores da mídia querendo fazer intriga entre Lula e Dilma. Mas não cola. A gente (do time das blogueiras sujas) sabe bem quem é quem.


Vou deixar aos analistas políticos do Pará e à bancada do PT no Pará a análise dos 100 dias do governo Jatene. Pelo que se vê e se sente, não é um bom começo.
quinta-feira, 7 de abril de 2011 0 comentários

Columbine, Realengo: o horror no meio de nós





Parecia uma cena do filme "Tiros em Columbine". Um maluco entra atirando numa escola e mata 10 meninas e um menino, fere mais um tanto de alunos e se mata em seguida.

Foi no Rio de Janeiro, no Realengo,hoje pela manhã, numa escola pública municipal. Dia do Jornalista, Dia Mundial de Saúde e dia em que meu sobrinho-neto Dandan faz 9 anos. E que meu pai completa 31 dias de internação e 29 na UTI.

A chacina de 10 meninas e um menino encolheu meu coração. 

Me pego imaginando: qual o tamanho da dor das mães dessas crianças? 
Que consolo podem ter essas famílias atingidas brutalmente por esse horror?


Não vou falar mais nada. Apenas e em silêncio me solidarizar com a dor das mães do Realengo. Quieta.



(A carta deixada pelo suicida e a escola no Realengo, no Rio de Janeiro).
quarta-feira, 6 de abril de 2011 4 comentários

Papai, o mar e a solidariedade


Papai é um apaixonado pelo mar, ele um velho pescador de peixes, de gente e de ideias. 


Fomos juntos ver o mar dia 25 de dezembro de 2010, quando fui a  Bragança passar o Natal com meus veinhos. Papai olhou muito a praia de Ajuruteua, chupou um picolé de taperebá.


Imagino que nesses 29 dias em que está na UTI ele deva pensar muito no mar, no mar tão amado, tão cheio de histórias e de vida!


Rezo e me agarro a todos os feixes de esperança que meu pai saia dessa e logo, que essa agonia não se prolongue tanto. Por ele, um amante da vida e da liberdade, verdadeiro passarinho.


E aproveito para agradecer a todas as pessoas que tuitaram feicebuquearam, ligaram e foram até o Hemopa doar sangue pra meu veinho. Aos que rezam, oram, resistem!


Brigada, meu povo da solidariedade! Jogamos a rede e a  pescaria de apoio, tá sendo boa, ein seu Heraldo?   


Por favor, sai dessa logo, meu pai! Precisamos ir de novo, juntos, ver o mar!(As fotos forma feitas por mim, em Ajuruteua-Pará, dia 25 de dezembro de 2010).
 
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