segunda-feira, 30 de dezembro de 2013 0 comentários

Sou filha da fé e do otimismo e é com samba no pé, energia e muito axé que espero 2014. Pode vir quente....

E lá vem 2014 quase metendo a cara neste restinho de 2013. E junto com ele, não tem jeito: o balanço do ano entra no post e também nas ideias da gente. Já até fiz um texto preliminar de balanço aqui.

O que foi melhor em 2013? Pra mim, a  mobilização e luta contra o PL 4330, projeto de lei do deputado Sandro Mabel que terceiriza o emprego, destrói sonhos e joga no chão décadas de lutas e conquistas sociais. O monstro foi empurrado pra 2014 e a intensa mobilização feita pela CUT, categoria e bancária e demais centrais, resgatou na classe trabalhadora o gosto e a certeza que quando a gente se une, é imbatível.

Outra coisa boa de 2013 foi o programa Mais Médicos e um bom exemplo desse programa tá aqui registrado neste blog. 

Na minha vida pessoal, dois pontos altos positivos em 2013: mamãe ter sido operada com sucesso de um câncer agressivo no intestino e meu netinho Arthur, furando todos os bloqueios, estar vindo ao mundo daqui a dois meses. Falei dos dois assuntos aqui e aqui.

E o que foi ruim em 2013? O sadismo do ministro Joaquim Barbosa e os retrocessos e fundamentalismos reacionários das atitudes do deputado e pastor Marcos Feliciano. Ambos, filhos das trevas.

Sou filha da esperança e do otimismo, tenho fé em Deus, em Nazica e na vida. Então, apesar de Joaquim Barbosa, Feliciano e quetais, confio na determinação da classe trabalhadora em manter o país no rumo certo em 2014. Quero estar viva e de pé pra continuar ajudando na construção desse tempo bom.

Gratidão, pai e mãe do céu. A meus compas, manas e manos, um Feliz 2014! Gonzaguinha e meu neto Perseu, meu sobrinho-neto Rafinha e a querida cachorra UNI inspiraram os memes de votos de um 2014 bem pai dégua! Não será um ano fácil, mas é do jeito que eu gosto.

Até o ano que vem, povo do bem! Família amada, amigas e amigos, amo vocês.

Pra vocês que leem o blog, algumas imagens.

Perseu e Rafinha: futuras gerações cantam a vida.
Perseu, netinho amado, dormindo com UNI, querida cadela.
Nas férias de julho.2013, Perseu e Rafinha se entrosam aos poucos.

Cajamar e a fonte de conhecimento em que bebemos.

Caio olha atento as previsões pra 2014.
Abraço gostoso de Rafinha na bisavó dele, minha mãe.

UNI indo passear.

A hora do niver: encontro de amigos, irmãos.

Filhote que chegou primeiro.
Fiz parte este ano da 1ª turma do maravilhoso curso de Formação de Formadores em Comunicações.

Que venha 2014, não é militância do meu PT?

Mamãe recebe alta do médico que a operou: Marcus Vinicíus Gurgel. Maria, na frente!

UNI: pura momó.

UNI no meu colo: feliz.

Banpará, o banco-símbolo das lutas que travei e travo na categoria bancária. Com sucesso!!

Ave, Nazica! Muita gratidão.

Na greve 2013, a volta do megafone.

Minha mana, mamãe, eu e meu mano Antonio, em Fortal finalzim deste ano 2013.

Mano Antonio, na beira mar em Fortaleza.

Hora da entrevista que fiz com o quarteto médico cubano que trabalha em Melgaço.Pará
Minha mana, tesouro de nossas vidas.

No meio da greve bancária, a notícia que mamãe estava com câncer. Rezar, foi a saída...

Lutas das Fetagri.Pa e CUT.Pa; agricultura familiar é que põe comida nas mesa brasileira.

2013 marcou o ano da luta pela democratização da mídia e denúncia da Rede Globo.

Manhãs de panfletagem na frente da matriz do Banco da Amazônia, em Belém.

Coleta de assinaturas pela Lei da Mídia Democrática: um dos feitos de 2013.

Belém e a chuva das duas.

Nascer do sol em Belém da janela do meu apê.

Em Marabá.Pa, às margens do Tocantins.

Luta contra o famigerado PL 4330.


Um dia que nasce em Belém, visto de casa.

Quarteto médico cubano: Orlando, Maribel, Maribel e Oyainis.
Rosane Berttoti, Alex Capuano, Frô e Pérsio: mestras e mestres!

Noutro vital curso: de Formação de Formadores, com o povo de todas as CUTs da Amazônia.

UNI no seu parapeito principal: mirando a vida.

Mais um dia que nasce lindamente em Belém...

Açaí com farinha de Bragança: uma das delícias da vida.

Dia raiando.. muito privilégio.

Mamãe minhas tias Zuila e Zuleide.
Em janeiro de 2013, eu e Perseu em Cametá.Pa, banhando nas águas do Tocantins.

Janeiro de 2013: indo pra Cametá.

P.S - Lê também:

É Natal no meu coração

A lição de médicos cubanos
domingo, 29 de dezembro de 2013 0 comentários

No Brasil247: a lição dos médicos cubanos no pior IDH do país


O site Brasil247 publicou meu post sobre a atuação generosa e firme das três médicas cubanas e do médico cubano em Melgaço, no Marajó.Pará.

Aqui, o post do Brasil 247. E aqui, o post original.
segunda-feira, 23 de dezembro de 2013 0 comentários

Muita paz no Natal e que 2014 seja bem pai d'égua!

Mensagem de Natal e Ano Novo

Uma das minhas fotos de capa no facebook
Minha mãezinha e as manas dela, minhas tias: vencedoras.
Gratidão publicada

Mensagem de Natal

Perseu e UNI

Calle 13 - Latinoamérica
sexta-feira, 20 de dezembro de 2013 7 comentários

Missão humanitária, humildade e generosidade ou o exemplo de médicos cubanos em Melgaço no Marajó.

Melgaço, no Marajó.Pará, tem o pior IDH - Índice de Desenvolvimento Humano do país, segundo o Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil 2013, divulgado no final de julho. São 24 mil habitantes, dos quais 12 mil não sabe ler e nem escrever, apenas 681 pessoas frequentam o ensino médio, saneamento é zero, saúde é rarefeita e  internet só de vez em quando e apenas por celular. O melhor de Melgaço é o povo, as pessoas, atestam  Maribel, Oyainis e Maribel as três médicas e o médico cubano Orlando que estão morando e trabalhando no município marajoara desde 21 de setembro, há quase 3 meses. Eles integram o programa audacioso e certeiro "Mais Médicos", que leva assistência e médicos a municípios carentes e vulneráveis. Ponto pro Ministério da Saúde e pra presidenta Dilma Rousseff.

Se o povo é o melhor de Melgaço, o pior é a água. Ribeirinho, Melgaço não tem água tratada e nem saneamento básico. Isso gera micoses e contaminações genitais. Há gravidez muito precoce e um índice alarmante de hipertensão que atinge muitos jovens, resume o quarteto médico cubano que atende  24 pessoas, no mínimo,todo dia em Melgaço, de segunda a sexta. Com a consulta média de 30 minutos, salvo situações mais complicadas e que exigem mais tempo. Em todas as consultas, a medicina preventiva em ação: tratar a água com hipoclorito de sódio, ferver a água, só pra citar um exemplo.

Pobreza e generosidade - Quase a metade, 48% da população de Melgaço é pobre, aponta o  Mapa da Pobreza do IBGE publicado em 2003 Grande parte da população do campo tem remuneração de R$ 71,50, fazendo com que as famílias na zona rural sobrevivam, em média, com R$ 662 por mês - menos que um salário mínimo. As distâncias são grandes e se leva até 15 dias pra cruzar o espaço de mais de 6 mil quilômetros.Com toda toda essa adversidade, o povo de Melgaço é acolhedor e generoso, garantem as médicas e o médico cubanos.

15 horas de barco -Em português entrevistei as três médicas e o médico ontem (19.dez) à
Orlando, Maribel Hernandez, Maribel Seborit e Oyainis.
noite, em Belém. Na capital, fizeram um treinamento  na área de saúde e retornam segunda-feira 23, bem no período de recesso natalino. De Melgaço a Breves, uma hora de barco e de Breves a Belém, mais 14 horas. Ao todo 15 horas pra chegar em Belém, atravessando a baía do Marajó.  Maribel Morera Saborit, Oyainis Santos Diaz, Orlando Penha e Maribel Hernández, médicas e médico cubanos se conheceram não em Cuba, país em que nasceram, estudaram, se formaram, casaram, tiveram filhos e trabalharam. Foi em solo brasileiro, em Brasília, que os quatro se encontraram pela primeira vez, em agosto. Agora trabalham em Melgaço e lá ficarão por 3 anos.

Maribel Hernandez
9 anos de estudo -Nem a imensidão de água da baía do Marajó, o calor ou as travessias de barco até as comunidades assustam o quarteto médico cubano. Os quatro trabalharam em missões humanitárias na Venezuela e na Bolívia. Estudaram os nove anos da formação de medicina cubana: 6 da medicina geral e mais 3 da medicina integral, algo semelhante à residência médica brasileira, em que a especialização é feita juntamente com trabalho prático. E os quatro trabalhavam em Cuba. Maribel Saborit
tem 21 anos de profissão. Maribel Hernanez, 19 anos. Oyanis, 8 anos e Orlando, 22 anos. Cuba orientou como critério de participação  no programa Mais Médicos, o mínimo de uma missão humanitária.Orando esteve no Paquistão e Venezuela. Oyainis, na Venezuela. Maribel Saborit e Maribel Hernandez, na Venezuela e Bolívia. Além dos 9 anos de estudo, atuação em uma missão humanitária por 3 anos.

Um médico em casa? -Embora o quarteto fale num bem compreensível portunhol, indago se não falarem bem o português fez com que algum paciente deixasse de entendê-los. "De jeito nenhum diz Oyainis. A gente olha pra eles, conversa e se entende. Fazemos um amplo interrogatório, anotamos, fazemos exames físicos completos". E Maribel Saborit completa: "o povo é muito acolhedor, generoso e agradecido. Fomos a uma comunidade ribeirinha, fizemos travessia de barco e na casa de um senhor diabético de 86 anos ouvimos, depois do exame: 4 médicos aqui, quatro médicos me visitando em casa, meu Deus posso morrer feliz. Nunca tinha visto um médico"!

Sem essa de dr, dra - Fico surpresa quando me dizem que se apresentam aos pacientes como Maribel, Oyainis, Orlando. Assim, sem dr., dra, termos que aqui no Brasil são acrescidos à profissão de médicos. Maribel Saborit ri e me diz: "por que dr., dra? Somos iguais, só tivemos mais chance de estudar, ter uma graduação. Mas nossa identidade é a mesma de quando nascemos".

Maribel Saborit
Nem açaí e nem farinha - Como a jornada de trabalho em Melgaço é de 40 horas semanais, igual a Cuba, pergunto o que fazem no final de semana pra driblar a saudade de casa, já que as famílias ficaram em Cuba. "Lavamos e passamos nossas roupas, limpamos nossos quartos, lemos, entramos na internet pra passar correio eletrônico, descansamos". E Orlando informa que em julho vão de férias a Cuba.
Os quatro me contam que Belém e Melgaço são "mais quente que Cuba", mas isso não atrapalha. Gostam da comida à base de peixe, frango, carne, arroz, feijão. Só açaí e farinha não faz parte do cardápio deles. "Muito forte o açaí" diz Maribel Saborit sorridente. Eu afianço a elas e ele que não sabem o que estão perdendo. E rimos todos.

Internet, problemão - O contato com a família é via e-mail, pois falar pelo celular é muito caro.  Cada um tem um tablet 3G, que faz parte dos equipamentos do Mais Médicos. E eles compraram um pacote basicão da Vivo, "mas os créditos somem muito rápido", se queixam. Como falar por telefone é caro demais, sobra conversar por e-mail na internet do celular.
Eu digo a elas e ele que quem mora  e luta na  Amazônia quando vara uma notícia pro mundo, rompe o cordão sanitário do isolamento em que nos encontramos. O acesso à internet poderia ser uma forma de ajudar a romper esse cordão, mas temos o pior acesso de todas as cinco regiões do país e no Marajó, o pior acesso do Pará. Estamos ilhados, portanto.

Oyainis Santos.
Rendimentos compartilhados - Afinal, o que vocês ganham de salário fica com vocês ou vai pra família, indago? "Parte fica conosco, parte vai para nossas famílias e outra parte vai para o nosso governo, para ajudar o nosso povo cubano, me diz Maribel Hernandez. Mas o que ficamos é suficiente para nos manter, para lazer. A prefeitura de Melgaço paga nosso alojamento e esse é muito bom: tem um quarto para cada um de nós, com banheiro, cama, ar condicionando. Temos mais que suficiente", fala Maribel Saborit. E Oyai
nis completa: "a saúde em Cuba precisa da ajuda de todos nós, porque o país sofre um embargo econômico que é muito doloroso para nossa gente. Então, a ajuda precisa vir de nós, cubanos e de nossos aliados".

Faz parte da nossa formação retribuir - A conversa vai chegando ao fim, pois há várias pessoas chamando o quarteto médico cubano e querendo tirar fotos, indagar, conversar, rir junto. E eu faço a última inquirição: o que fez vocês saírem de Cuba e vir pra Melgaço? E Maribel Saborit diz": olha, faz parte da nossa formação ajudar países e pessoas mais necessitadas com nosso conhecimento que foi dado de forma coletiva e gratuita. Só estamos retribuindo".

Encerramos a conversa e eu fico matutando que grandeza é essa de Cuba  e do seu povo que tanto tem a nos ensinar! Se eu conheço quantos médicos do meu país que fariam algo semelhante aqui mesmo. Em janeiro vou a Melgaço numa caravana formativa da Fetagri/CUT no Marajó. Quero rever meu novo quarteto camarada e amigo e conversar com o povo atendido pelas médicas e pelo médico cubanos. (V.P)

E só finalizando mesmo: fizemos uma pequena homenagem às 3 médicas cubanas e ao médicos cubano ontem à noite na formatura de encerramento do curso de Formação de Formadores promovido pela Escola Chico Mendes da Amazônia e da qual participamos 46 pessoas, de todas as CUTs da Amazônia.

Oyanis Santos, Maribel Hernandez, Maribel Saborit e Orlando Penha; Médicas e médico cubanos em Melgaço´. Foto Herbson Silva.

O porto de Melgaço.Marajó.Pa (Foto Eunice Pinto.Ag.Pará)
Oyainis, eu, Maribel e Maribel.

Oyainis, Maribel, Zuleide, Maribel, Thalita e Maria do Carmo: turma da CUT.Pa com médicas cubanas.
Com a companheirada cutista, da saúde, bancária, das artes domésticas e samba.

No centro, de camisa amarela, o compa Serginho Trindade com o quarteto médico cubano.

Na hora da entrevista, o clique verde.
 
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