Há 25 anos, às 11 horas do dia 11 de junho de 1987, foi barbaramente assassinado pelo latifúndio, num posto de gasolina perto da Alça Viária, Paulo Fonteles, ex-deputado do PC do B, ex-sobrevivente da Guerrilha do Araguaia, militante dos direitos humanos e um amante da vida, um lutador que lutava sorrindo doce e bravamente.
Eu tava trabalhando, grávida de oito meses do lindo menino que nasceria a 20 de julho de 87, quando o telefone tocou e veio a bomba, porque aquilo era uma bomba: Paulo foi assassinado. Não acreditei. Fiquei com o telefone na mão, mudo o fone, muda eu, o coração se recusando a aceitar aquela dura realidade. Foi difícil chegar ao velório, talvez um dos mais carregados de comoção que eu já fui até hoje.
25 anos depois, o crime continua impune. Do Paulo Fonteles ficaram as idéias e as lutas, mais vivas que nunca.
O jornalista Lúcio Flávio Pinto iniciou o Jornal Pessoal (que tem a mesma idade do meu último filho) contando esse terrível assassinato, perda irreparável para a esquerda e para homens e mulheres de boa vontade.
Leia mais sobre Paulo Fonteles aqui.
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"Naqueles tempos, ele já demonstrava talento e jeito para a criação. Fez textos (até hoje lembrados) para teatro, músicas (nunca no quadradão. Ousava sempre nas harmonias, mesmo sabendo, na ocasião, uma coisinha a mais que ré-com-sétima/sol). Já dava show nas colunas e seções do nosso jornal, antecipando, na escrita precisa e elegante, a carreira que abraçaria. Eu ficava olhando aquela desenvoltura, aquele traquejo, aquela ginga (‘cores, odores, sabores, dores, dolores e daguimares’) suburbana da Matinha moldando a verve imberbe daquele garoto compridão de andar obtuso, olhos de uma alegria rubra e sorriso algo anárquico, algo delator, algo imperioso e absolutamente doce e verdadeiro. Meu amigo, Meu melhor amigo. Que cuido e admiro".
Ou como diz a compa dele, mana Valéria, no feice: Ele é muitos em um, Paoloni! Um bom ouvinte. dono de uma gargalhada irreverente. uma mente revolucionária. um coração generoso. um tímido espalhafatoso. um homem bom. um grande menino. um amigo raro. o meu amor.
Ou como diz a compa dele, mana Valéria, no feice: Ele é muitos em um, Paoloni! Um bom ouvinte. dono de uma gargalhada irreverente. uma mente revolucionária. um coração generoso. um tímido espalhafatoso. um homem bom. um grande menino. um amigo raro. o meu amor.
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