segunda-feira, 11 de junho de 2012

Há 25 anos, latifúndio matava Paulo Fonteles. Crime continua impune


Há 25 anos, às 11 horas do  dia 11 de junho de 1987,  foi barbaramente assassinado pelo latifúndio, num posto de gasolina perto da Alça Viária, Paulo Fonteles, ex-deputado do PC do B, ex-sobrevivente da Guerrilha do Araguaia, militante dos direitos humanos e um amante da vida, um lutador que lutava sorrindo doce e bravamente.

Eu tava trabalhando, grávida de oito meses do lindo menino que nasceria a 20 de julho de 87, quando o telefone tocou e veio a bomba, porque aquilo era uma bomba: Paulo foi assassinado. Não acreditei. Fiquei com o telefone na mão, mudo o fone, muda eu, o coração se recusando a aceitar aquela dura realidade. Foi difícil chegar ao velório, talvez um dos mais carregados de comoção que eu já fui até hoje.

25 anos depois, o crime continua impune. Do Paulo Fonteles ficaram as idéias e as lutas, mais vivas que nunca.

O jornalista Lúcio Flávio Pinto iniciou o Jornal Pessoal (que tem a mesma idade do meu último filho) contando esse terrível assassinato, perda irreparável para a esquerda e para homens e mulheres de boa vontade.

Leia mais sobre Paulo Fonteles aqui.

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P.S - Meu compa e irmão Edir Gaya, jornalista e compositor tá no berço hoje, meio na encolha, ele que faz da timidez um estandarte. Parabéns, Edir e Sodré já resumiu, em prosa e verso, que é esse amigo querido. E eu faço minhas as palavras do Sodra: 

"Naqueles tempos, ele já demonstrava talento e jeito para a criação. Fez textos (até hoje lembrados) para teatro, músicas (nunca no quadradão. Ousava sempre nas harmonias, mesmo sabendo, na ocasião, uma coisinha a mais que ré-com-sétima/sol). Já dava show nas colunas e seções do nosso jornal, antecipando, na escrita precisa e elegante, a carreira que abraçaria. Eu ficava olhando aquela desenvoltura, aquele traquejo, aquela ginga (‘cores, odores, sabores, dores, dolores e daguimares’) suburbana da Matinha moldando a verve imberbe daquele garoto compridão de andar obtuso, olhos de uma alegria rubra e sorriso algo anárquico, algo delator, algo imperioso e absolutamente doce e verdadeiro. Meu amigo, Meu melhor amigo. Que cuido e admiro".


Ou como diz a compa dele, mana Valéria, no feice: Ele é muitos em um, Paoloni! Um bom ouvinte. dono de uma gargalhada irreverente. uma mente revolucionária. um coração generoso. um tímido espalhafatoso. um homem bom. um grande menino. um amigo raro. o meu amor.

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