segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Dia 23 de janeiro, 1 degrau extra na escada do PCS: início da reparação histórica a quem ajudou com seu salário a manter o Banpará em pé, em 1998. Vitória da unidade e da luta!

Todo dia 23 é dia de pagamento do salário no Banpará, salvo quando cai sábado ou domingo, que aí é antecipado. Neste 23 de janeiro/2015, afora as conquistas asseguradas com a belíssima greve de 3 dias no ano passado (de 30 de setembro a 2 de outubro/2014), anuênio, reajuste, tíquete, ampliação da licença-prêmio e todas as verbas, haverá o início de uma reparação histórica aos colegas que em 1998 deram 20% do seu salário durante 11 meses para assegurar que o Banpará permanecesse público e não fosse direto pro cadafalso da privatização ou liquidação, destino cruel de 23 dos 27 bancos estaduais existentes à época do medonho governo FHC - Fernando Henrique Cardoso. Imaginem só o desespero das famílias à época que ficaram sem emprego, sem salário e sem perspectiva do dia pra noite! No Banpará, nós resistimos, lutamos e vencemos!
Histórica assembleia de 2/out/2014 que aprovou a proposta e acordo coletivo 2014/2015. (Foto; Allan Tomaz)

Essa reparação história significa subir 1 degrau extra na escada do PCS - Plano de Cargos e Salários do Banpará e é um justo reconhecimento a quem segurou com 20% do próprio salário a mantenção do banco. Esse degrau significa 5% a mais no salário dos colegas que estavam naquela magnífica e duríssima luta de 1998 e que permanecem no banco até hoje. Foi uma bela conquista da luta e da greve da categoria bancária do Banpará na campanha nacional de 2014. É um início meio tardio de reparação, mas antes tarde do que nunca!

Como disse noutro post,  o acordo coletivo do Banpará de 2014/2015 é um dos melhores acordos dos últimos tempos, se não o melhor. Porque resgata, faz uma reparação histórica à hoje velha guarda do banco e que foi decisiva e fundamental em 1998 pra manter o banco erguido, podendo fazer concursos, abrir novas agências, ter perspectiva de crescimento. 

Naquele período de muita luta e resistência, durante 11 meses, a categoria no Banpará doou 20% de seu salário pra ajudar a manter o banco em pé e evitar a privatização, comandada por Fernando Henrique Cardoso (de triste memória) e que tirou do mapa do sistema financeiro, 23 dos 27 bancos estaduais. 

A reparação, ainda tímida, é de 1 promoção extra em 23 de janeiro/2015 para esses colegas que pavimentaram com sua luta e salário o caminho do sucesso do Banpará e abriram as portas pros mais de mil novos bancários que tem hoje a instituição. 

Essa reparação me emociona, porque não é só pela grana a mais, é por constar na história do banco e no nosso acordo coletivo o reconhecimento prático do que foi feito lá atrás (1998) pelo valente funcionalismo e suas entidades de classe e que precisa ser contado às novas gerações, pra registrar e ampliar a cultura da solidariedade  entre os que hoje são novos no banco. 

E pra que nos orgulhemos de traçar com luta e unidade o nosso próprio destino, garantindo presente e futuro aos que trabalham na empresa hoje. E que sem nossa decisiva participação, sequer teria banco ou emprego. Viva a a luta!

Anuênio -  Crescer o aunênio para R$50,00 a cada ano trabalhado, também é uma baita conquista da greve e da luta. Só o Banpará tem anuênio, que a pressão voraz dos banqueiros, fez a categoria trocar esse direito por R$1.100,00, numa época de reajuste de 5,5% e que a moeda era o abono. Eu era a presidenta do Sindicato dos Bancários do Pará e com articulação nacional e local, conseguimos incluir na CCT- Convenção Coletiva Nacional de 2001, um parágrafo na cláusula sétima que tratava da Opção por Indenização do Adicional do Tempo de Serviço. Foi incluída na CCT um salvador parágrafo quinto que dizia que o nosso Sindicato e o Banpará tratariam depois desse assunto. Esse depois ficou pra sempre esquecido e taí nosso anuênio, verba salarial fixa e integrada ao contrato de trabalho. Ampliá-la bastante é uma grande vitória.

Justiça social - Dos 1.575 bancários do Banpará, quase 200 são colegas que se aposentaram pelo INSS, mas continuam na ativa e quando adoecem, só recebem a minguada aposentadoria do INSS,ou voltam dentro dos 15 dias garantidos pelo banco. Há anos vimos tentando no Banpará  uma cláusula pra garantir a remuneração total a esses colegas se adoecerem por mais de 15 dias, numa cirurgia, eventos reais e pelos quais muitos passamos. São poucos, mas estão desprotegido e a função das entidades sindicais é proteger a todos ou lutar por isso. Chamei essa reivindicação carinhosamente de "velhinhos no batente" e a força da luta e da capacidade de negociação garantiu mais esse item por até 180 dias, o que é um ótimo começo. Para quem não sabe, um trabalhador que se aposenta perde quase 50% da sua remuneração e justo no inverno da vida. E como eu disse  dia 2 de outubro/2014 na assembleia do Banpará que aprovou o acordo, nós precisamos fortalecer muito os laços da solidariedade. Sou de esquerda por isso, também.

Registro que a mesa de negociação teve uma boa condução e as 107 reivindicações foram analisadas, nós temos 5 atas assinadas e mais a proposta que foi aprovada  em assembleia dia 2/outubro/2014 pela maioria da categoria.

Pela força da greve nacional, a Fenaban, a banqueirada, chamou nosso Comando Nacional pra negociar na sexta-feira,3 de outubro/14, às 17 h.  Caixa e BB às 18 h. Banco da Amazônia na segunda 6, às 14 h. 

Na terça-feira, dia 7 de outubro, toda a categoria nacionalmente voltou ao trabalho. No Banpará, voltamos dia 3  e foi bem sábia a maioria do funcionalismo em aprovar a proposta e  sair de greve com 3 dias, com a greve pra cima e repleta de vitórias. 

Conquistas da luta - Afinal, a gente faz greve pra garantir conquistas. Em 3 dias de greve e 6 rodadas de negociação, a categoria conquistou 4% da PLR social, com distribuição linear e R$1.500,00 já na conta hoje. E amplia a licença-prêmio de 30 pra 40 dias no quinquênio e por ano, de 6 pra 8 dias úteis. No reajuste, 8% com reflexo na tabela do PCS e como saiu mais da luta nacional, na Convenção Coletiva Nacional com a Fenaban, o banco acompanhou pelo índice maior. 

É a segunda vez que no Banpará fazemos greve de 3 dias com muitas vitórias. Foi assim também em 2011 e nem era ano de eleição. Mas as conquistas do acordo 2014/2015  são melhores.

Mais sobre o acordo coletivo Banpará 2014/2015 clica aqui

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