quarta-feira, 18 de março de 2015

Como ter solidariedade ativa e ajudar a quem se indignou e foi condenado por conta do Massacre de Eldorado de Carajás. Até 20 de março. SOS, verdadeira Justiça!

Como os valores estão invertidos, quem luta por justiça é que fica devendo e tem que  pagar a conta. É o que está acontecendo com os compas Valdir Ganzer, Pedro Celso e Babá, que  protestaram indignados com o resultado do primeiro julgamento do Massacre de Carajás, julgamento que inocentou todo mundo envolvido na chacina de 19 pessoas e mais de 70 feridos. O Massacre de Eldorado aconteceu em 17 de abril de 1996. Eu estive em Marabá e vi os corpos amontoados e aquele cheiro de sangue e pólvora nunca mais sairá da memória da minha pele. Esse horror completa 19 anos agora em abril.

Valdir Ganzer, Babá e Pedro Celso eram deputados federais pelo PT.PA em 1999 e o fato de se indignarem veementemente contra a injustiça do julgamento, os leva agora a ter que pagar 420 mil reais até 20 de março 2015. Os três, lógico, não têm essa quantia e como o tempo urge, peço a todxs que amam a justiça que contribuam com qualquer valor. 
Compa Valdir Ganzer.

A conta é na Caixa Econômica Federal e a contribuição pode ser depositada na conta em nome de Valdir Ganzer e Pedro Celso  nº 49947-5, OP 013, Agência nº 0883, da Caixa Econômica Federal (código do banco 104). O companheiro Babá fará sua campanha separadamente.

Para mais detalhes, leiam o texto abaixo:

Castanheiras de Eldorado de Carajás, na curva do S: pra nunca esquecer o Massacre.

Campanha em apoio a quem luta por justiça

A Justiça do Pará condenou três lideranças populares que protestaram contra o primeiro
julgamento dos responsáveis pelo Massacre de Eldorado do Carajás.

Os condenados são os companheiros Valdir Ganzer, Pedro Celso e João Batista Babá, que em 1999 exerciam os mandatos de deputado na Câmara Federal, por ocasião do julgamento de  um dos fatos mais trágicos da história brasileira, após a ditadura militar - o Massacre de
Eldorado dos Carajás, que completa 19 anos no próximo dia 17 de abril de 2015.

 O episódio, que jamais será apagado da memória das vítimas, dos envolvidos e da sociedade paraense e brasileira, resultou na morte de 19 trabalhadores sem-terra e mais de 70 feridos, entre os integrantes da “Caminhada pela Reforma Agrária”, que se deslocavam pela rodovia PA-150, na região sudeste do Pará.

 Em 16 de agosto de 1999, ocorreu a primeira sessão do Tribunal do Júri, após um longo
período de muita luta proveniente da união das forças do Movimento dos Trabalhadores
Rurais Sem Terra (MST), do Centro pela Justiça e o Direito Internacional (CEJIL), de
parlamentares e familiares das vítimas, que forçaram o julgamento dos políciais militares,
responsáveis pelo massacre.

 Porém, o resultado terminou inocentando os réus, provocando diversas manifestações
contrárias a tal procedimento por vários segmentos sociais, entre eles os então deputados

federais Valdir Ganzer (PA), João Batista Babá (PA) e Pedro Celso (DF), todos na época
integrantes do PT, que expressaram protestos legítimos e democráticos em sintonia com a
revolta popular, não só do povo do Pará, mas de todo país e de significativa parcela da
comunidade internacional, que acompanha a luta pela desconcentração da terra no Brasil.

Em abril de 2000 o Tribunal de Justiça do Estado do Pará, determinou a anulação do primeiro julgamento, prova de honestidade dos protestos da sociedade civil organizada e suas lideranças parlamentares.

Porém, o juiz que presidia o Tribunal do Júri, no primeiro julgamento, decidiu processar, em ação judicial, os três citados deputados, alegando danos morais. Ação foi concluída em
setembro de 2014 com a condenação ao pagamento de R$ 140.000,00 (cento e quarenta mil
reais) individualmente, totalizando R$ 420.000,00 (quatrocentos e vinte mil reais).

Os companheiros Valdir Ganzer, Babá e Pedro Celso dedicaram (e ainda dedicam) grande parte de suas vidas à militância política, denunciando e defendendo os interesses do povo brasileiro.

Foram fundadores do PT e sempre atuaram na luta por melhores condições para os
trabalhadores e trabalhadoras deste Brasil. Hoje, Babá está filiado ao PSOL.

Os condenados à pagar a grande indenização ao juiz não têm patrimônio para liquidar essa
dívida. Nós, familiares, companheiros, companheiras, amigos e amigas, irmãos de luta, estamos fazendo um grande esforço para arrecadar a referida quantia, por entendermos que essa condenação atinge a todos nós. Valdir Ganzer, Babá e Pedro Celso não agiram de forma
individual, honrando seus mandatos na defesa do interesse coletivo.

Com a esperança de vencermos o medo e a intolerância, apelamos para a solidariedade de
todos os companheiros que apoiam a luta pela justiça, consolidação da democracia  e
fortalecimento da organização popular em nosso País.

0 comentários:

 
;