sexta-feira, 27 de maio de 2011 1 comentários

Pará é responsável pelas mortes de Zé Cláudio e Maria


A foto é de José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo da Silva, sindicalistas extrativistas assassinados  dia 24 de maio de 2011 em Nova Ipixuna do Pará. 


Zé Cláudio e Maria   moravam em Nova Ipixuna há 24 anos em um terreno de 20 hectares no Projeto de Assentamento Agroextrativista (Paex) Praialta- Piranheira, às margens do lago de Tucuruí. Extraíam óleo de andiroba e castanha. Em palestra em novembro, no evento TEDx Amazônia, Zé Claudio denunciou o desmatamento. 


Por defender a floresta, o ganha pão  e um projeto sustentável, Zé Cláudio e Maria foram emboscados e assassinados. Desde 2009, o Ministério da Justiça tinha a uma relação com os ameçados de morte devidos a conflitos fundiários. Os nomes de Zé Cláudio e Maria estavam na lista.


A Comissão Pastoral da Terra (CPT), responsabiliza o Estado do Pará pelas mortes. No mesmo dia da morte dos dois companheiros, a presidenta Dilma determinou ao Ministério da Justiça apuração dos assassinatos.


De 2001 a 2010, já houve 377 assassinatos por conflitos agrários, dos quais 58 no Pará. E há 62 casos sob investigação no Estado.


Um dado incontestável: no Pará, governos tucanos são a senha para o assassinato de lideranças sindicais e defensores do meio ambiente, da floresta e de projetos sócioambientalmente sustentáveis. Nem precisa ir muito longe no tempo. Basta lembrar o Massacre de Eldorado, o assassinato de Irmã Dorothy e agora, Zé Cláudio e Maria.


Mais um lamentável detalhe: ao ser feito o anúncio do assassinato dos sindicalistas na Câmara Federal, a resposta foi vaia dos ruralistas. 

segunda-feira, 23 de maio de 2011 0 comentários

A fala brasileira e popular em dois momentos

É a poesia que contesta as elites, juízas da fala brasileira e popular :


"Foi há muito tempo...
A vida não me chegava pelos jornais nem pelos livros
Vinha da boca do povo na língua errada do povo
Língua certa do povo
Porque ele é que fala gostoso o português do Brasil
Ao passo que nós
O que fazemos
É macaquear
A sintaxe lusíada"... (No blog do Nassif, enviado por Cafu).


E a professora Amanda Gurgel, retrata o Brasil na linguagem que a classe trabalhadora entende tão bem:


A fala da professora recebeu este comentário da jornalista Ana Célia Pinheiro, em seu Perereca da Vizinha:

É imperdível o depoimento da professora Amanda Gurgel.

Um retrato não só do Rio Grande do Norte, mas, do Brasil inteiro.

Até custa a crer que, num País que se imagina em desenvolvimento, os professores ganhem essa mixaria. E que tenham de quase se matar de tanto trabalhar para ganhar essa mixaria.

Não, não são os professores os “heróis” da redenção deste país, no qual apenas os trabalhadores – e apenas eles – são chamados a dar “a sua cota de sacrifício”.

Nem os professores, nem os policiais, nem os médicos, nem tantas outras categorias essenciais ao serviço público, no qual o amor se vê transformado em calvário.

E um calvário do qual sequer resulta um Paraíso. Mas, apenas e tão somente, a multiplicação da dor, por gerações e gerações.

Não há como exigir mais sacrifícios daqueles cujo sangue já tem tão pouca tinta, para usar a bela imagem do grande poeta João Cabral de Melo Neto.

Não há mais como sustentar essa imagem romântica dos “heróis” de uma “redenção” que nunca chegará, enquanto subsistirem as desigualdades e parasitismos que afrontam os cidadãos, de Norte a Sul.  

Que futuro a um país onde um professor – e na capital de um estado – recebe R$ 930,00 por mês, ao passo que um deputado ou senador, só de salário, recebe mais de R$ 26 mil?

E, vejam só: além desse salário extraordinário, as Vossas Excelências, ainda torram milhões de reais em tíquetes-alimentação, quentinhas, cestas básicas, telefone, passagens aéreas, combustível, diárias, assessores, ao passo que, nas salas de aula, falta até mesmo giz!

Quantos professores, ou médicos ou policiais, seria possível remunerar um pouco melhor, só com os ganhos de um único parlamentar, que, muitas vezes, passa quatro, oito, doze anos sem apresentar um único projeto que preste, apenas a financiar, com dinheiro público, a própria reeleição?

Como permitir a continuidade de tais disparates e, ao mesmo tempo, acreditar na possibilidade de um Brasil mais justo?

Que país do mundo, democrático, desenvolvido, civilizado, tem essa relação tão perversa entre a remuneração de um servidor público e os ganhos de um parlamentar?

De que Democracia estamos a falar, quando milhões têm de trabalhar para sustentar a “Corte” de uns poucos?

E uma Corte tão imoral, mas tão imoral, que é impossível olhar para ela e não se lembrar da família Bórgia.

Não, as Vossas Excelências não podem continuar a viver nesse “Versalhes imaginário”.

Têm de compreender que este País pertence, em verdade, a milhões de Josés, Marias e Amandas que, todo santo dia, fazem assim, ó, com o suor do rosto, para sobreviver.

Têm é de se mancar com essa orgia, com essa gastança, que promovem à custa do suado dinheirinho de todos.

Eis aqui o depoimento de Amanda, cidadã e servidora pública deste senzalão chamado Brasil:
quinta-feira, 19 de maio de 2011 0 comentários

CPI na Assembleia Legislativa do Pará. Pode assinar aqui.

Faltando 3 assinaturas para a instalação da CPI que apura fraudes, corrupção, fantasmas e quetais na Assembleia Legislativa do Pará, na internet corre uma petição pública com a mesma finalidade. Para assinar a petição, clica aqui.


Quem tem medo da CPI?


O presidente do PV e blogueiro, Zé Carlos Lima, faz a seguinte análise sobre os que temem a CPI. E os que podem assiná-la. Lê:


Na lista dos que tem medo da CPI tem alguns que se pelam de medo de qualquer investigação. Alias, nem deviam estar ali como deputado. Mas tem outros que a história de vida me faz crer que a qualquer momento podem assinar o requerimento para instalar a Comissão Parlamentar de Inquérito. São eles:

Josefina Carmo, profissional liberal, mãe dedicadíssima, mulher com uma bela história de vida de entrega ao bem comum, esposa de um dos prefeitos sério no trato da coisa publica que é Jader Vasconcelos de Monte Alegre e cunhada do mais combativo presidente que a Ordem dos Advogados do Pará já elegeu, que é o amigo Jarbas Vasconcelos.

Fernando Coimbra, advogado com profundo envolvimento na defesa dos princípios éticos e constitucionais de moralidade público, membro de um partido, o PDT, com uma longa história de combate a corrupção moldado na figura de um dos mitos da história brasileira que foi Leonel Brizola. Se tudo isto não bastasse, Coimbra militou por longos anos como funcionário do Tribunal de Contas dos Municípios escrevendo pareceres em contas publicas, justamente para condenar aqueles ordenadores de despesas que desviaram recursos do povo.

Celso Sabino sucedeu na Assembléia Legislativa o irmão e hoje presidente do TCE Cipriano Sabino, motivo suficiente para Celso querer as investigações, mas o legado de Cipriano, herdado por Celso, é de um deputado que nunca se envolveu em qualquer ato desabonador da conduta que a população e a ética exigem de uma agente político. Conheci Cipriano como vereador, fomos eleito após uma crise moral e ética que o legislativo municipal passou com o caso Aquilon Bezerra, a não decepcionamos, sob o comando de Nelson Chaves, passamos a limpo o legislativo municipal. Tenho certeza da assinatura de Celso Sabino.

Cássio Andrade um jovem parlamentar que sucede o pai Ademir Andrade, político com uma grande folha de serviço dedicada ao combate implacável a corrupção, a violência, contra o autoritarismo. É certo que Ademir vive um momento difícil com o episódio da CDP, mas tenho certeza, um dia será plenamente esclarecida, porém a imagem que tenho dele e do PSB é de combate e de alinhamento a lutas em favor da população, clamor que sempre deu a maior atenção, inclusive pondo em risco a própria vida. Cássio Andrade é herdeiro desta história, com a qual tem compromissos inarredáveis, dai minha convicção da sua assinatura ao requerimento.

Hilton Aguiar sua assinatura ao requerimento é dada como certa, bastando apenas um sinal do PSC, que creio virá logo, pois o presidente da legenda é uma pessoa sensível, até pela historia pessoal de superação que enfrentou desde que saiu do belo Umarizal, área de quilombo do município de Baião, para cursar faculdade e galgar o posto de contador com muito orgulho.

Os deputados do PMDB não vão assinar nunca, pois a gestão investigada é a deles e nisto eles são bastantes solidários. Até que tem deputados que compõe a bancada com possibilidade de suportar uma investigação, mas o comando do Partido não permitirá a assinatura e pronto, quem desobedecer e não tiver uma boa e robusta justificativa, como tem Josefina Carmo, será perseguido e punido.


O PSDB, porém, está na contramão de tudo. No período que houve os desvios maiores e mais voluptosos o partido estava na oposição. O governador disse que se fosse deputado assinaria a CPI. Então por que os deputados tucanos não assinam a CPI?
sexta-feira, 6 de maio de 2011 1 comentários

Homoafetivos com vez e voz! Valeu, STF!





Meus parabéns ao STF - Supremo Tribunal Federal, que aprovou ontem, por 10 x 0, a união estável entre casais do mesmo sexo.


Esse parabéns era para ser dado ao Congresso Nacional, as duas Casa Legislativas (Câmara e Senado). Mas o Congresso Nacional (513 deputados e deputadas e 81 senadores e senadoras) não tomou a tarefa pra si, intrinsecamente legislativa. Bom, já que não fez o gol, encontrou quem o fizesse. E gol de placa.


Pela decisão histórica tomada ontem pelo STF, homoafetivos passam a ter assegurados, entre outros direitos, herança, comunhão parcial de bens, pensão alimentícia e previdenciária, licença médica, inclusão do companheiro/companheira como dependente em planos de saúde.


É uma baita vitória pela igualdade e respeito à Constituição. E não podia ser pra menos, pois o país já tem hoje 60 mil casais homossexuais, conforme dado do Censo Demográfico 2010.


Agora, pra dar mais uma lambada no preconceito, vamos continuar lutando para que seja criminalizada a homofobia.  E tomara que o Congresso Nacional de novo não abra mão da sua prerrogativa de legislar!
terça-feira, 3 de maio de 2011 0 comentários

A bênção, paizinho


Meu paizinho faria hoje 88 anos. 

A saudade é tamanha, tamanha, imensa...

Na foto, sob o olhar atento da mãezinha, ele me dá um abraço chegado, caloroso e que me faz tanta falta neste 3 de maio e nesses dias tão compridos, desde 13 de abril, o dia em que ele se foi. Não consigo me acostumar à falta que meu pai me faz.

Paizinho, a bênção.
 
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