domingo, 9 de junho de 2013

Não toque em meu companheiro! (2º post, 6 anos depois)

A Articulação Bancária- Artban, grupo político em que milito no campo sindical, fez dois dias de debates em Brasília nesta sexta e sábado, reunindo a companheirada da base da Federação dos Trabalhadores e  Trabalhadoras em Empresas de Crédito- FETEC-CN, para refletir sobre o grupamento e iniciar um processo de debates, reflexões e planos de ação diante das várias conjunturas, desafios e adversidades que enfrenta a classe trabalhadora no país.

Contar e recontar a história da classe trabalhadora nesses 30, 35 anos é um dos desafios e lá pelas tantas lembramos da mais bela campanha solidária lançada em 1991 pela Fenae - Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal quando 110 colegas bancários da caixa foram arbitrariamente demitidos, um dos quais o hoje vice-presidente da Fenae e coordenador de negociação da Caixa, representação dos trabalhadores, companheiro Jair Pedro Ferreira.

Meu primeiro post sobre o assunto é de 27 de março de 2007 e foi escrito num momento em que fui amparada pelos braços solidários do movimento sindical cutista bancário, após ter sido descomissionada da função de assessoria que exercia no Banpará, descomissionamento exigido por forças ocultas, sombrias, obscurantistas. O prejuízo pra minha vida funcional e orçamentária é pra sempre, pois a verba de uma comissão é pelo menos 3 vezes mais o do salário-base. Agora, tive um colchão de carinho e solidariedade indestrutível e cá estou, na luta, plena, feliz e sem ressentimentos. Mas também sem amnésias convenientes.

A campanha da Fenae dizia "Não toque em meu companheiro" e o compa Jair Ferreira comentou  sobre o assunto. O comentário dele está mais abaixo, mas vale a pena ler todo o post anterior e os comentários ali cravados, um dos quais do Eduardo Lauande que, assim como meu mano eterno Luís Antonio Castagna Maia, está no andar de cima

Aqui, o post anterior.

E a seguir, o comentário do Jair Ferreira (fico no aguardo do adesivo da campanha, viu Jair?).

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Querida VP (como diz Alan),

vc fez texto importante e muito objetivo sobre o significado do "Não Toque em Meu Companheiro". Confesso que qdo estávamos demitidos e fazendo a campanha, não tinha noção do q essa "frase" trazia de tão importante para a história e principalmente nós 'vivendo a realidade". 

Os ataques que a Direita e os governos neoliberais praticam sobre a classe trabalhadora não tem comparativo com nada neste mundo. 

Fiquei muito feliz com a forma de sua abordagem desse assunto ocorrido em 1991. Contar a "história" ajuda aos demais trabalhadores, principalmente os mais novos, dos enfrentamentos que os bancários da Caixa já tiveram ao longo de sua caminhada.

O fundamental naquele momento de demissão de 110 bancários, sem dúvidas nenhuma, foi a Solidariedade de classe de todos os demais colegas que voltaram ao trabalho e continuaram mobilizado e contribuindo mensalmente, seja com 0,3% do salário, seja comprando camisetas, reuniões, assembleias, passeatas, etc. durante 1 ano. 

O outro fato fundamental foi a existência e participação das entidades de classe, Fenae, Sindicatos, Apcefs e tantas outras. 

Para nós "demitidos" tínhamos uma certeza: ACREDITAR e ACREDITAR na luta coletiva, na capacidade de mobilização e ação de todos, principalmente dos dirigentes sindicais e associativos que nunca deixaram a "peteca" cair. 

Eu também destacaria a "SOLIDARIEDADE" entre os trabalhadores, a perseverança e dedicação de diversos companheiros e em especial os "DEMITIDOS" que foram muitos. Importante lembrar que todos foram reintegrados nas mesmas funções que ocupavam antes. temos muitas informações q iremos contando ao longo do debate. 
abs Vera

Jair Ferreira (publicado no facebook, grupo Caixistas em 9 de junho 2013)

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