quarta-feira, 30 de abril de 2014

Delsão, mandante do assassinato de Dezinha pegou 12 anos. É pouco pro tamanho do crime, mas é uma vitória contra a impunidade.

O cartaz com a foto do líder sindical asasssinado por conflito agrário no campo. Foto: DiAssis
O fazendeiro Décio José Barroso Nunes, o Delsão, foi condenado a 12 anos de prisão, acusado de ser o mandante do assassinato do sindicalista José Dutra da Costa, o Dezinho, em 2000. Ele vai recorrer da decisão e aguardará os trâmites do recurso em liberdade. Mas é uma vitória dos movimentos sociais essa condenação, ainda que pequena. Fetagri.Pa, CUT, CPT, sindicatos de trabalhadores e trabalhadoras rurais comemoraram quando o juiz Raimundo Flexa deu a sentença, ontem 29 de abril, mais de 10 horas da noite. Afinal, já faz quase 14 anos que se espera por justiça.

Dezinho foi assassinado em 21 de novembro de 2000, em Rondon do Pará, sudeste do Estado. O líder sindical era  presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais d e Rondon do Pará e uma das suas muitas lutas era pela desapropriação de terras para a reforma agrária na região. Foi assassinado por denunciar práticas de trabalho escravo e apoiar famílias de sem-terras.

Dirigentes da Fetagri.Pará , da CUT.Pa, trabalhadores e trabalhadoras rurais, movimentos sociais e pessoas ligadas ao fazendeiro Delsão -Décio José Barroso Nunes acompanham o julgamento no Fórum Criminal do Estado do Pará durante todo o dia de ontem. Muita gente ligada aos sindicatos de trabalhadores rurais chegaram bem cedo ao local e só arredaram pé após a sentença, almoçando na rua mesmo.

20 de maio -Em maio, CUT.Pa e Fetagri.Pa vão às ruas em Belém, Marabá, Santarém exigindo reforma agrária e atendimento à pauta de reivindicações da classe trabalhadora no campo. E combate vigoroso à impunidade de mortes no campo. O assassinato de Dezinho, por exemplo, foi denunciado às cortes internacionais e levou a OEA - Organização dos Estados Americanos a obrigar o governo brasileiro a assinar um acordo em 2010 pelo qual assumiu a responsabilidade pela morte e assumiu o compromisso de fazer os acusados sentarem no banco dos reús e adotar pra valer políticas de reforma agrária.
Antes de voltar pra Rondon, lideranças sindicais rurais comemoram a vitória. (Foto: DiAssis)

N centro da foto, a viúva de Dezinho e dirigente sindical do Sindicato de Rondon. (Foto: DiAssis)

A espera foi longa e o almoço foi na rua, perto do Fòrum, em Belém. (Foto: fb do DiAssis)

Delsão, o mandante do assassinato: pegou 12 anos, mas vai recorrer em liberdade.

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