segunda-feira, 19 de março de 2007

A INCLUSÃO TEM NOME...

Amiga do peito é aquela que o certificado de garantia nunca vence. Acho que foi ou mais ou menos isso que eu disse pra mana Zildinha há décadas, tempo de outras histórias, sempre com muita vida, muito giro, muito movimento.Sentimento sentido noutra época, lá atrás, e que caminha íntegro até hoje.
Bom sentir isso, melhor constatar a qualidade desse sentir.
Ficamos juntas sempre? Não. Todos os sufocos foram passados juntos? Também não.
Os risos foram compartilhados sempre? Não. Mas ele, o carinho, sempre cuidou dos desencontros pra que nada se perdesse na hora de reencontros. E a cumplicidade é sempre atualizada pelos encantamentos dos vários saberes, quereres.
A roda do tempo girando, amores indo e vindo, uns mais indo que vindo, tempos de ursa, tempos de praça e forró, tempos de estio. Ali, no lastro, o carinho, seringueira gigante a abrigar passarinho de todo tipo, criando ninhos, fazendo laços.
No dia-a-dia, o carinho-bússola sempre ali, com aconchego, riso alto, comidinha gostosa,choros e birinaite, que ninguém é de ferro. Na aparência, uma festa só. Pra comemorar a vitória da vizinha-povo,pros 30 dias de reviravolta sem sobressalto, de alguém que passou em qualquer coisa, pra abertura ao público do armário-Cecília--finalmente-pronto, pela camona comprada, pro quarto branco-Isolda,a viagem indiana da curumin, a lua cheia no sítio de Pepê, as carnes na mana Tyson,a despedida de Sandra e Jaquinho, a comemoração de Irezita, pro subir e descer das águas na beira do rio, pro dedinho-lambança de Tintim e risada de Marcita. Quem olhar de fora vai ver festa, riso, sarro, brincadeiras. E tem festa, mas é só pretexto pra juntar gente. Gente que ri, que brinca, que chora, leve, ousada,quieta, de todas as tribos e até sem-tribo. Única exigência: o selo do afeto, que se desdobra em solidariedade, sempre perspassado de ternura. Com jeito de descuido, mas ninguém se engane, porque até esse relaxamento tem o carimbinho do gostar e tá sempre acompanhado de um delicado olhar que passeia incluindo, sorrindo.
E é nessa roda de simplicidade e carinho que vai se dando a mais doce e firme maneira de inclusão nesses mais de 17 anos que tenho nesta vida. A inclusão-Zildinha, com jeito e cheiro de amor.
É sobre e pra ela este escrito em 6 de fevereiro, em que Belém amanheceu nublada e se assanhando até pra um friozinho. Eita cidade querida, eita mana querida. Uma,a cara da outra. Quanto a gente conhece, mais gosta.

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