segunda-feira, 31 de março de 2014

Como se faz um golpe. Pra nunca mais repetir e nunca mais esquecer os efeitos trevosos da ditadura sobre o país e as pessoas

31 de marco de 2014. Hoje o golpe completa 50 anos. Aquele 31 de março de 1964 está vivo entre nós, deixou marcas de trevas e dor que se  arrastarão por muito tempo. Separou famílias, esmagou ideologias, seviciou mulheres, crianças e sentimentos, esquartejou a democracia, praticou todo tipo de crime hediondo que nos faz arrepiar de repulsa.

Amanhã, a CUT e todas as centrais sindicais, mais Dieese e OAB lançarão a Comissão da Verdade, Memória e Justiça dos Trabalhadores, com manifesto, depoimentos de quem viveu na pele a ditadura aqui no Pará. Será às 10 horas, na OAB.Pa. Dia 1º e abril. E faremos também uma coleta de assinaturas ao Projeto de lei de iniciativa popular da Mídia Democrática.

Instalar uma Comissão da Verdade voltada aos trabalhadores, porque é preciso limpar bem essa ferida, lançar luz sobre tanta treva e resgatar alguns dos inúmeros direitos perdidos, inclusive o principal: o direito à verdade sobre desaparecidos nos escombros da dor e da tortura.

Hoje, no meu perfil no Facebook, vou exibir a foto de Iara, jovem assassinada pela ditadura aos 27 anos. E este post traz a foto da enão menina Dilma, hoje nossa presidenta, brutalmente torturada nos porões da ditadura.

NUNCA MAIS DITADURA!

 Viva o amor, viva a luz, viva a democracia e viva a liberdade.!!
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MANIFESTO PELA VERDADE, MEMÓRIA E REPÚDIO À DITADURA

O dia 1º de Abril de 1964 marca o início de um período pavoroso para a democracia no Brasil. O golpe militar, gestado pela elite política da época, quebrou a ordem institucional ao tirar do poder o presidente da República, João Goulart, eleito pelo voto do povo. Perseguiu as lideranças políticas que defendiam as reforma de base, com prisões, demissões, torturas e mortes. Quase todos os governadores foram afastados, alguns parlamentares tiveram seus direitos políticos cassados e as lideranças sindicais ficaram na alça de mira do regime autoritário.
Dilma Roussef: torturada durante 3 anos.
 São incontáveis os casos de humilhações e perseguições das lideranças alinhadas com as mudanças que estavam em curso e que representavam um avanço para o nosso País. A ditadura militar perseguiu também os estudantes, os atores, diretores de teatro, os músicos, compositores, jornalistas, escritores, cineastas, poetas. A censura castrou, podou e mutilou a cultura e agrediu o princípio da liberdade de expressão e pensamento.

 As escolas e universidades passaram a contar com espiões dentro de sala de aula. Professores foram afastados, demitidos e muitos estudantes expulsos das instituições de ensino e a União Nacional dos Estudantes (UNE) como a União Acadêmica Paraense (UAP) foram fechadas.

Os livros eram queimados ou atirados nos rios. A Constituição Brasileira de 1946 foi rasgada. Uma outra foi imposta em 1967 e o tenebroso Ato Institucional nº 5 (AI-5), em 1968. As eleições diretas para presidente da República e governador foram suspensas. O povo também não podia eleger os prefeitos das capitais e de muitos municípios declarados como “área de segurança nacional”.

Sindicatos foram invadidos, o Comando Geral dos Trabalhadores (CGT), a única central sindical da época, foi destroçada e suas lideranças perseguidas, presas e afastadas de seus empregos. Na área rural, o controle sobre a organização sindical foi feroz. As Ligas Camponesas foram destruídas. Os sindicatos de trabalhadores rurais como os da área urbana enfrentaram uma estrutura verticalizada e draconiana.

Por todo canto tinha espião do Serviço Nacional de Informação (SNI). Ninguém podia se reunir em locais públicos. As manifestações eram proibidas. O clima de delação era estimulado. E as pessoas vivam com medo de serem tachadas de subversivos e terroristas.

Iara Iavelber: professora de Psicologia e lutadora contra a ditadura
 Mas inúmeros valorosos companheiros perderam o medo e foram se juntando, no início, clandestinamente. Muitos perderam a vida na luta pela democracia. Outra frente foi por dentro das instituições consentidas. E o sentimento de resistência foi se alastrando, tomando conta do País. Derrotas eleitorais foram impostas à ditadura; os trabalhadores romperam a camisa de força e denunciaram o arrocho salarial, o aumento do custo de vida.

A organização pela base colocou empresários e o governo militar na defensiva. A organização foi aumentando. Os estudantes foram às ruas. Os trabalhadores fizeram greve, que era proibido pelo regime. Surgiu a imprensa alternativa, que denunciou os crimes do governo e as gritantes desigualdades sociais. A pressão foi crescendo e os militares perdendo apoio. As conquistas se ampliando, até desaguar na campanha das “Diretas, já!”, em 1984 e na convocação da Assembleia Nacional Constituinte, em 1986. Foi a organização do povo brasileiro que levou a país a normalidade democrática e o fim da ditadura militar.

Este ato de instalação no Pará da Comissão da Verdade e Memória dos Trabalhadores,objetiva resgatar a história dos que foram vítimas do regime ditatorial e manter viva na memória da classe trabalhadora e das novas gerações os crimes e injustiças cometidos, bem como fortalecer a nossa consciência de cidadãos para que nunca mais o Brasil possa viver a trágica experiência de uma ditadura.

Viva a liberdade! Viva a democracia!

 CUT CTB FORÇA SINDICAL CSP/CONLUTAS UGT NCST CSB APOIO:OAB/PA e DIEESE/PA

 Assista o vídeo do Lula sobre os 50 anos da ditadura. E viva a democracia


Lula, preso na ditadura e resistindo: é dessa matiz que somos feitas.

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