Neste 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, o destaque para um importantíssimo trabalho desenvolvido de forma militante pela Contraf-CUT, a Confederação Nacional dos Trablhadores do Ramo Financeiro, via Debate da Igualdade de Oportunidades e do combate à discriminação nos bancos, buscando romper as barreiras na contratação, na remuneração e na ascensão social.
Para a CUT, novembro é o Mês da Consciência Negra e a Contraf-CUT promove em Salvador, na próxima semana, o I Forum de Invisibilidade Negra no Sistema Financeiro. Afinal, na categora bancária, apenas 8 em cada grupo de 100 trabalhadoras são negras.
Leia um trecho do trabalho condensado pela Contraf-CUT no Caderno Construindo a Igualdade de Oportunidade:
O total de trabalhadores negros (de ambos os sexos) na População Economicamente Ativa (PEA) é de 35,7%. A PEA é composta por todas as pessoas em condições de trabalhar a partir dos 10 anos de idade, estejam empregadas ou não. Mas no setor financeiro, os negros e as negras ocupam apenas 19% das vagas, segundo o Mapa da Diversidade elaborado em 2009 pela febraban com a ajuda da Contraf-CUT, das federações e dos sindicatos.
Os negros (sexo masculino) correspondem a 17% da PEA. No setor bancário, apenas 11% dos trabalhadores homens são negros. A taxa de participação de negros nos bancos só iguala ou supera à da PEA em sete estados do norte e nordeste (AC, PA, AP, TO, MA, PI, SE).
A dupla discriminaçãodas mulheres negras
A discriminação em relação ao acesso ao emprego é ainda maior quando se trata da mulher negra, pois ela
carrega consigo o que a oIT denomina de eixo estruturante da discriminação no Brasil, uma vez que ela soma o preconceito de gênero e de raça.
Os números provam isso. A População Economicamente Ativa é composta por 18% de mulheres negras.
nos bancos, contudo, a participação é menor: apenas 8 em cada grupo de 100 trabalhadoras são negras.
A presidenta Dilma Rousseff disse nesta sábado que “a pobreza no Brasil tem face negra e feminina”. Daí a necessidade de reforçar as políticas públicas de inclusão e as ações de saúde da mulher, destacou, ao encerrar, em Salvador, o Encontro Ibero-Americano de Alto Nível, em comemoração ao Ano Internacional dos Afrodescendentes.
Em discurso, ela explicou por que as políticas de transferência de renda têm foco nas mulheres, e não nos homens: elas “são incapazes de receber os rendimentos e gastar no bar da esquina”. Dilmadestacou que, nos últimos anos, inverteu-se uma situação que perdurava no país, quando negros, índios e pobres corriam atrás do Estado em busca de assistência. Agora, o Estado é que vai em busca dessas populações, declarou.
Ao defender a necessidade de ações de combate à pobreza, a presidenta citou o Programa Brasil sem Miséria, cujo objetivo é retirar 16 milhões de pessoas da pobreza extrema. No discurso, ela destacou ainda a criação da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), em 2003, e a aprovação do Estatuto da Igualdade Racial, no ano passado, além da obrigatoriedade do ensino da história afrobrasileira nas escolas.
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