sábado, 9 de julho de 2011

Bragança e o amor de meu pai pela vida, pela cidade, pela família, pela brisa...





Papai amava - e ama, porque sentimento não morre, se transforma - Bragança, a linda cidade que completou 398 anos ontem, em meio a alvoradas, festejos e o sonzão da banda Calypso. Papai adorava bater perna na orla do Caeté, olhar a mulherada em bando nas festas e caminhar na belíssima Ajuruteua. Papai gostava de gente, de conversar, olhar, mergulhar nos sentimentos. E rir muito contar histórias, ele que contava o tempo por décadas, por planos econômicos, governos, presidentes, regimes. Ele e mamãe escolheram Bragança pra ver a vida em ritmo mais devagar, curtindo cada instante, cada minuto. 


Bragança também é minha segunda cidade. Bragança e a melhor farinha que se come em todo o país, fofa torrada e gostosa como um biscoito crocante uuuummm. O vinho de buriti, os igarapés geladinhos, a amplidão da praia de Ajuruteua, o caranguejo,a orla do Caeté, a tainha assada de brasa, o pato borracho novo como dizia papai sobre a carne inigualável do pato bragantino. Na mesa do Círio, esse patinho não falta.


Peço licença para outro bragantino de coração, o blogueiro Zé Carlos, para colar do blog dele a bela homenagem que ele prestou a Bragança e à riquíssima história de Bragança, que tem um santo preto como padroeiro. Eu, que fui interna do colégio Santa Terezinha, quando menina, amo voltar a Bragança, onde tem muita raiz da minha vida, de meus pai, de minha mãe, de meu mano Antonio, de meu mano Zé, de Roseira.


Bragança faz 398 anos



Sendo uma das cidades mais antigas do Pará, minha segunda Cidade, Bragança, completa hoje 398 anos de fundada. Esta data é contada da presença dos franceses e não dos portugueses. 


Quem fundou Bragança para os bragantinos foi o Daniel de La Touche, sob o título de Senhor de La Ravardière, um experiente capitão da Marinha Francesa, que veio da costa do Maranhão para tomar conta do Pará. Entrando na baia do Caeté, foi até o ponto onde localizou a aldeia dos Caeté. Os portugueses viram depois para expulsar os franceses e também os primeiro habitantes.


Bragança, dominada pelos portugueses, guarda relíquias do período colonial, mas até hoje ainda mantém um elo com a presença francesas, é o pato bragantino, que em sabor não tem igual, do tipo barbárie, é o mesmo que os franceses usam para fazer o famosos "foie gras". 


Este pato, quando misturado ao tucupi e ao jambu, elemento da cultura indígena, vira uma comida dos deuses. Para completar o prato, nada como uma farinha "da boa". 


O que Bragança tem de melhor, além dos peixes, dos pratos, das praias, dos igarapés, é a cultura local forte e enraizada, seja no falar ou nas diversas forma de transmissão de valores. 


Dentre as manifestações locais, a mais forte é a devoção ao "Santo Preto", o Santo que o bragantino, com intimidade, chama de "São Bené". A festa de São Benedito, também conhecida como Marajuda de São Benedito, encerra-se oficialmente no dia 26.12, com a procissão, mas, de fato, dura o ano inteiro. Vá lá, vale a pena conhecer.


Encerro minha pequena homenagem a minha segunda cidade com a história do poeta bragantino, Fernandes Bello, publicado no Blog do João Jorge Reis

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