segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Por que eles esconderam a cara? A vida quer coragem

Os militares escondem a cara. Dilma sustenta o olhar, com a dignidade de quem se sabe no rumo certo.

Toda a história vem contada na biografia dela, escrita pelo jornalista Ricardo Amaral. O livro A vida quer coragem chega nas livrarias nesta primeira quinzena de dezembro.
ré Dilma na sede da Auditoria Militar no Rio de Janeiro, em novembro de 1970. Ao fundo, os oficiais que a interrogavam sobre sua participação na luta armada escondem o rosto com a mão (Foto: Reprodução que consta no processo da Justiça Militar).

Aqui, trechos da resposta firme e emocionada da então ministra Dilma ao senador Agripino Maia, no Senado em 2008. Mais embaixo, a íntegra e o vídeo.

Eu tinha 19 anos, eu fiquei 3 anos na cadeia e eu fui barbaramente torturada senador, e qualquer pessoa que ousar dizer a verdade para interrogadores, compromete a vida de seus iguais, entrega pessoas para serem mortas. Eu me orgulho muito de ter mentido, senador porque mentir na tortura não é fácil. Agora, na democracia se fala a verdade.

==
Diante da tortura quem tem coragem, dignidade, fala mentira. A sedução, a tentação  de falar o que ocorreu e dizer a verdade é muito grande, senador. A dor é insuportável. Eu me orgulho de ter mentido. Porque eu salvei companheiros da mesma tortura e da morte.
==
Não tenho nenhum compromisso com a ditadura, em termos de dizer a verdade. Eu estava num campo, eles estavam noutro.
==
O que mata na ditadura é que  não há espaço pra verdade porque não há espaço pra vida, senador. Porque algumas verdades, até as mais banais, podem conduzir à morte. É só errarem a mão no seu interrogatório.
==
Eu combati a ditadura militar e disso eu tenho imenso orgulho.

Montagem desta foto, histórica, com a resposta, também histórica, de Dilma à provocação do senador Agripino Maia. Vídeo sugerido por Gerson Carneiro.



Fiz questão de degravar a fala da Dilma ao senador Agripino Maia, em 2008, quando foi ao Senado. Pode ver, ler e escutar:

Eu tinha 19 anos, eu fiquei 3 anos na cadeia e eu fui barbaramente torturada senador, e qualquer pessoa que ousar dizer a verdade para interrogadores, compromete a vida de seus iguais, entrega pessoas para serem mortas. Eu me orgulho muito de ter mentido, senador porque mentir na tortura não é fácil. Agora, na democracia se fala a verdade.

Não se dialoga, não é possível supor que se dialogue com o pau de arara, o choque elétrico e a morte, não  há esse diálogo.

Qualquer comparação entre a ditadura militar e a democracia brasileira só pode partir de quem não dá valor  à democracia brasileira.

Eu tinha 19 anos, eu fiquei 3 anos na cadeia e eu fui barbaramente torturada senador, e qualquer pessoa que ousar dizer a verdade para interrogadores, compromete a vida de seus iguais, entrega pessoas para serem mortas. Eu me orgulho muito de ter mentido, senador porque mentir na tortura não é fácil. Agora, na democracia se fala a verdade.

Diante da tortura quem tem coragem, dignidade, fala mentira. A sedução, a tentação  de falar o que ocorreu e dizer a verdade é muito grande, senador. A dor é insuportável. Eu me orgulho de ter mentido. Porque eu salvei companheiros da mesma tortura e da morte.

Não tenho nenhum compromisso com a ditadura, em termos de dizer a verdade. Eu estava num campo, eles estavam noutro.O que tava em questão era  a minha vida e a de meus companheiros.

Não há verdade, não há espaço pra verdade, é isso que mata. O que mata na ditadura é que  não há espaço pra verdade porque não há espaço pra vida, senador. Porque algumas verdades, até as mais banais, podem conduzir à morte. É só errarem a mão no seu interrogatório.

E eu acredito, senador, que nós estávamos em momentos diversos da nossa vida em 70. Eu tinha entre 19 e 21 anos e, de fato, eu combati a ditadura militar e disso eu tenho imenso orgulho.

 Leia mais aqui.

3 comentários:

soldeprata@gmail.com disse...

Esse negócio de Anistia para os dois lados estragou tudo. Naquele momento histórico, foi bom só unilateralmente, porque, enquanto se condenam militares e algozes dos outros países da AL e do mundo, aqui no Brasil, "ficou por isso mesmo",infelizmente... Mas gostei da postagem, querida. Só quem viveu esses anos de chumbo grosso da Ditadura Militar e que estava do lado dos oprimidos, sabe o quanto foi duro e injusto o que fizeram com jovens sonhadores que apenas queriam Democracia.Conheci gente que teve que trocar de nome, pra continuar vivendo, só porque foi idealista. Vivi na pele, momentos horrorosos, quando o meu pai, sofreu um AVC, aos 42 anos, por conta das perseguições sofridas pelo Ditador de Plantão da minha cidade de Castanhal, onde o prefeito era feito um fantoche, pra não "se queimar" e continuar prefeitinho, porque quem mandava mesmo "ERA O CAPITÃO". Ai meu Deus, não sinto nenhuma saudade desse trágico momento da nossa história, companheira Vera. Passei a minha adolescência e juventude amargando toda essa crueldade, que muitos nem tomaram conhecimento. Esse tal de Agripino Maia, perdeu uma oportunidade de ficar calado naque dia de infelicidade, em que "arguiu" aquela mulher de fibra e de muita coragem chamada Dilma Roussef, a nossa querida e competente MULHER PRESIDENTA, FICOU MESMO COM A CARA NO CHÃO! Morram de inveja da competência dessa mulher, que por ser mulher, sofre todo tipo de preconceito.Só pra ilustrar :(Enquanto, no dia da posse ela desfilava ao lado da sua filha, o vice, desfilava abertamente com a sua garotinha Marcela, se fosse ao contrário...)

Anônimo disse...

Lindo, amiga...

Um vídeo p ser guardado para ahistória brasileira.
Não da presidenta...mas da mulher Dilma...que independente de partido, cor, idéias ou qualquer outra forma de expressão que a torne diferente, ela não deixa de ser uma igual como nós!

Uma mulher que, naquele momento, matava muitos tigres ao dia para sobreviver...igual como hoje milhares de brasileiras como nós o fazemos...

Muitos beijos.

Eliane Pena

Anônimo disse...

Lindo, amiga...

Um vídeo p ser guardado para a história brasileira.

Não da presidenta...mas da mulher Dilma...que independente de partido, cor, idéias ou qualquer outra forma de expressão que a torne diferente, ela não deixa de ser uma igual como nós!

Uma mulher que, naquele momento, matava muitos tigres ao dia para sobreviver...igual como hoje milhares de brasileira como nós o fazemos...

Muitos beijos.

Eliane Pena

 
;