segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Um só peso e só uma medida: direitos iguais para os que perdem casas em incêndio e os que têm prédios trincados

Muitos incêndios liquidaram casas e pertences de muita gente pobre em Belém, no Jurunas, no Guamá... Não foram alojados em hotéis. Por quê?
Edifício Wing (mais alto) e ao lado, o edifício La Vie Em Rose: áreas nobres, altos preços. E a segurança?

O assunto desta segunda-feira é o estalo do pilar de sustentação do edifício Wing, em área considerada nobre pelas imobiliárias, na Rua Diogo Moia, no bairro do Umarizal. O prédio tem 28 andares, 1 por andar, cada um avaliado em 1 milhão de reais. No final de janeiro deste ano, um outro edifício, o Real Class, implodiu numa tarde de sábado. Em ambos os casos, o engenheiro calculista, responsável pelos cálculos é o mesmo.

Em Belém, os preços dos apartamentos e imóveis em geral são dos mais caros do país e há uma reconhecida explosão imobiliária, falta de fiscalização, falta de condições decentes de trabalho para os trabalhadores da construção civil e de responsabilidade com as pessoas, com o meio ambiente. É o Deus dará.


Tem algo que chama a atenção de muitas pessoas neste episódio: todos os moradores do edifício e de sete residências próximas foram imediatamente alojadas em bons hotéis de Belém. Quem paga? o Estado do Pará. Acho uma boa medida e só quero que essa iniciativa não seja exclusividade de moradores mais abastados e que residem nas chamadas áreas ricas de Belém, mas passe a ser um uso e costume também para os moradores pobres do Jurunas, Terra Firme, Guamá e de qualquer parte da cidade ou do Estado como os que perderam suas casas em incêndios este ano, como o aqui relatado. Ou os que perdem seus poucos bens em incêndios, enchentes e outras tragédias coletivas.

O Ministério Público entrou na parada e o assunto está em pauta nos blogs e na imprensa em geral. Acompanhe os assunto nos blogse nas redes sociais. Comentários fervendo:
Atualização às 13:11 para acrescentar correção: quem paga os hotéis é a construtora e não o Estado, informa a secretária adjunta da SECOM, Simone Romero, pelo twitter.

0 comentários:

 
;