Quando chegamos na casa do pequeno Moisés, senti logo a boa energia da família, uma energia de ajuda mútua, de compartilhamento, de participação. Uma família de 48 pessoas, entre pais, mães, avós, tias, tios, sobrinhos, primos. A casa de Moisés, d. Lucinda, a mãe e seu Lourival, o pai e os quatro irmãos é uma casa modesta, mas que esteio de amor. Foi o que senti e fui confirmado nas conversas da mãe, a guerreira Lucinda, dos pais dela, dos filhos e de toda a família. Família que opina, que participa, que dá a mão, solidariamente. A casa fica na Rua Belém, 184, bairro Águas Lindas, em Ananindeua, região Metropolitana de Belém.
Na casa do Moisés moram ele, a mãe, o pai e quatro irmãos. É o caçula e o único que tem renda fixa, uma contribuição de um salário mínimo, desde que nasceu, vinda do governo federal, o BCC – Benefício de Prestação Continuada. Dona Lucinda me conta que já teve Bolsa Família, mas há 3 anos, não tem mais e não consegue explicar qual a razão, mas é algo a ver com cadastramento. Ela tem dois filhos em idade de ter o Bolsa Família. Na casa não tem água encanada e nem poço artesiano. A água é conseguida na vizinhança. Não tem computador e nem internet. Nem mesmo celular ou telefone fixo. O banheiro é uma casinha no fundo do quintal, fora da casa.
As 48 pessoas da família de Moisés moram na vizinhança, como uma autêntica comunidade, como companheiros, aqueles que repartem o pão. Compartilham as dificuldades, os aniversários, as doenças, as alegrias, a oração na igreja Casa da Bênção, que também fica na vizinhança. Esse clima efetivo de comunidade foi o que permitiu que a história de Moisés rompesse o cordão sanitário do isolamento. Uma vizinha, Leida, que trabalha num jornal avisou a redação que havia uma criança que enfrentava as própria dificuldades jogando bola, andando de bicicleta e sendo criança. O assunto ganhou o jornal impresso, a TV, os blogs, varou as redes sociais e estabeleceu uma bela rede solidária.
A ex-governadora do Pará, Ana Júlia Carepa, estava na pequena comitiva que foi visitar Moisés hoje pela manhã. O coordenador do Centro Integrado de Inclusão e Cidadania, Agostinho Monteiro, já estava na casa de Moisés. “Recebi uma ordem do governador para cuidar desse assunto e aqui estou”, nos disse ele muito feliz em também poder ajudar nos encaminhamentos para que Moisés tenha tratamento e prótese. Na próxima terça-feira, Moisés irá a um centro de saúde para dar início ao processo que lhe garanta uma perna mecânica, fisioterapia e o tratamento no Hospital Sarah. Ana Júlia informou à família que o ministro Padilha, ministro de saúde do governo da presidenta Dilma, está a par do assunto de Moisés e que o menino tem total direito, pelo SUS, a ter tratamento completo e contínuo.
Eu e a feiciana Josie Pereira Mota indagamos pra D. Lucinda se Moisés precisa de ajuda para ir ao banheiro, para almoçar. Pras refeições, não, ele consegue comer sozinho, me diz a mãe, mas precisa de ajuda pra escovação dos dentes e para o banheiro. É acompanhamento diário, há dez anos desde 13 de julho de 2001, data em que Moisés nasceu. Agora, a expectativa da família é que Moisés ganhe a perna mecânica e, quem sabe, os braços.
Fiz questão de dizer a d. Lucinda o recado da companheira blogueira Conceição Oliveira, do Maria Frô: que Moisés tem essa fibra e essa coragem porque tem uma mãe forte. Ela sorriu meio encabulada e agradeceu, olhando pra toda a família como que dizendo: eu e todos esses pelejamos com Moisés.
Fiquemos todas atentas para o desenrolar do tratamento de Moisés, para não cair no esquecimento ou nas valas da burocracia.
Por ter esse receio, deixamos com d. Lucinda nossos telefones e que ela nos ligue a cobrar em qualquer situação. Pedimos o mesmo para a pastora Valéria e para as irmãs de Moisés. A ex-governadora Ana Júlia ficou bem emocionada em dois momentos: quando d. Lucinda informou que Moisés, aos 5 anos, na campanha de Ana Júlia ao governo do Estado, segurava a bandeira do PT nos bracinhos e dizia; mãe eu sou Ana Júlia”. E também quando Agostinho Monteiro, o representante do governo do Pará, confirmou que ela, quando governadora, inaugurou um infocentro para pessoas portadoras de deficiência “de primeiro mundo”, com todos os aparelhos para cedgos, surdos, mudos e pessoas sem mobilidade.
Minha proposta para a rede solidária é que abramos uma conta-corrente para ajudar a família a ter condições de manter Moisés. Amor e família ele já tem. E não é pouca coisa.
- Pastora Valéria, fones 91.9129.6593 e 91.8246.1274;
- Vizinha da d. Lucinda – D. Dalva: 91.3234.2152.
E que tal, além de abrir a conta-corrente para ajudar no tratamento de Moisés (após a greve bancária, claro), organizarmos um belo Natal para as crianças da Rua Belém?
Ah! sim e antes de acaber este escrito: tou muito feliz em integrar esta rede solidária. Vamos continuar acompanhando o Moisés e essa jornada até que ele consiga andar com duas pernas. E quem sabe com dois braços.
Ah! sim e antes de acaber este escrito: tou muito feliz em integrar esta rede solidária. Vamos continuar acompanhando o Moisés e essa jornada até que ele consiga andar com duas pernas. E quem sabe com dois braços.
(Eu, olhando atentamente para Moisés escrevendo o nome. Sua muito, porque faz muito esforço, mas é um esforço que ele faz feliz).
Ana Júlia, Agostinho Monteiro e Moisés.
Da porta que dá saída para o quintal, a criançada acompanha a conversa que rola na cozinha.
Agostinho Monteiro, eu, Moisés e Josie Mota.
Moisés com o bancário Daniel Florentino e o sindicalista bancário Marco Aurélio Remédios.
Meninada acompanhou toda a nossa visita bem atenta.
Mais uma voltinha na moto elétrica...
A moto elétrica, um dos presentes que Moisés ganhou após o noticiário da imprensa. Alegria da garotada.
A casa de Moisés, na Rua Belém 184, Águas Lindas, Ananindeua-Pará.
O vídeo da tv Liberal.
3 comentários:
Cara Vera Paoloni, em pensar que tem gente qua ainda reclama da vida né? Parabéns pela iniciativa de vocês pela campanha em pról do menino Moisés.
Abs e fiquem com Deus,
Carlos Caetano (Irmão Maria-Frô)
ôi carlos Caetano,
pois é, meu acro, o que tem de reclamão não tá no gibi. E já tou vendo que a tua família também tem a chama da generosidade. Que bom! Nesta quarta, teremos a conta da dona Lucinda, a mãe do Moisés. Hoje os bancários devem voltar ao trabalho, amanhã, Moisés e a mãe vão ao médico dar entrada no tratamento dele e quarta-feira, é o dia da abertura da conta. Volto a informar. Fiquemos na sintonia da luta e do amor. abs
Ok, Vera TJ (Tamo Junto)rsrs...Pode contar comigo!!!
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