sábado, 30 de novembro de 2013

Até que o câncer nos separe! Taí um jeito bonito de contar uma grande pulada de fogueira! Da Ruth Rendeiro, lançamento em Belém dia 5 de dezembro/Embrapa

Muito a fim de ler o livro!!!
Já encomendei meus 4 exemplares direto pelo in box do feice
com minha mana e compa Ruth Rendeiro, porque dia 5 coincide com minha a Fortal tomar a bença da minha mãezinha que inicia a químio dia 9 de dezembro, após ter pulado uma fogueirona na cirurgia de 31 pra 1º e novembro. Oncologista diz que é uma químio leve, via oral e cá comigo tenho minhas dúvidas, mas enfim, rezo baixinho: Maria, passa na frente"


Quero muito ler o livro da Ruth Rendeiro, de alguém querida que vivenciou duplamente o efeito câncer na vida, ela e o marido acometidos quase ao mesmo tempo da enfermidade e que acabou levando ele pra outro plano. 


Ruth astral. Foto recente.Fortal.CE
Ruth é tanta vida, tanta alegria, uma guerreira da esperança Gosto do seu riso contagiante e do jeito como, brinca com as letras e os problemas da vida, mantendo a leveza. Quero ser assim quando crescer!

Lamento muito não estar na tarde/noite de autógrafos, mas recomendo quem puder vá dia 5 de dezembro na Embrapa. E depois vocês me contam aqui o que acharam do livro. Se não der mesmo pra ir, talvez encontres um exemplar na Banca do Alvino, mas isso ainda não tá certo. O preço é 25 pratas. Baratinho.

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Uma provinha do livro
Finalmente o telefonema. Guarulhos, São Paulo e todo o seu simbolismo. Salvação para mais um nortista. A esperança mora no mais rico e populoso Estado brasileiro. Nordesti nos e nortistas não se cansam de desembarcar transportando seus sonhos de uma vida melhor ou de ter direito à vida. Ele era só mais um. A voz ao telefone entrecortada, cansada. Tentava se mostrar tranquilo, menos ofegante.

Horas depois, já refeito, a descrição do hospital. Mais parece um hotel cinco estrelas. Tudo perfeito. Do atendimento na recepção à limpeza, às opções de lanche. Cama confortável, TV, banheiro, guarda-roupa. Tudo incrível. Um tom de deslumbramento in fantil a encobrir o medo.

A primeira visita da equipe médica e a primeira quimioterapia. Tudo tão novo para um homem tão dinâmico. Uma “minibomba de combustível”, como ele descrevera, lançava as gotas milagrosas em seu corpo. Começava o bombardeio na guerra contra as células demoníacas que minavam seu sangue.

No bairro onde ele morava muitas lágrimas e orações das vizinhas e pesar dos vizinhos. No grupo de fnal de semana só lamentos. O “Seu” Menino está doente. Muito doente. Um homem sem nome nem sobrenome. Um engenheiro risonho, mão aberta e prestativo. Naquele mundo festivo do subúrbio era apenas “Seu” Menino. O Papai Noel nos dezembros e folião nos fevereiros. Não conseguiam digerir a notícia da doença grave, do risco de morte, da possibilidade de sucumbir. Não há de ser nada o “Seu” Menino é bom demais. Deus e Nossa Senhora de Nazaré vão salvar nosso amigo. Desejavam e verbalizavam o desejo entre cervejas na calçada onde ele sempre estava presente.

Cada um tinha uma lembrança muito pessoal do vizinho bem-humorado. Ora como um contador de piadas e histórias hilárias, ora como um ser solidário que nunca se negava a ajudar o outro. Alguns riam entre lágrimas ao recordar quando ele se excedia nas latinhas de cerveja e ou- via – e os obrigava a ouvir – os boleros e bregas, preferências reprimidas na abstinência. E quando ele resolve cantar? lembrou outro amigo de copo. Uma fgura esse “Seu” Menino, resumiu um deles.

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A orelha, por Elias Pinto
Uma banda de orelha é muito pouco para falar de um livro que se mostra de corpo inteiro, de coração a nu. Ruth nos convida a desnudar os sentimentos das relações amorosas, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença. Há toda uma literatura sobre perdas conjugais.

Lembro, mais recentemente, dos livros de Joan Didion, André Gorz e Joyce Carol Oates. Se Até que o câncer nos separe divide com estes testemunhos aparentados de amor e dor a perda querida, singulariza-se pela reviravolta de uma morte anunciada, que era a da própria autora, mas que no meio do caminho soube que a despedida era do marido.

Do primeiro beijo em Outeiro ao derradeiro na São Paulo que o companheiro, in extremis, jamais conheceu, Ruth conta a morte de Manoel, a sobrevivência ao choque dessa prematura partida e a revelação de forças que talvez ela própria não julgasse possuir e que lhe serviram de molde para reconstruir a sua personalidade a tempo de – curada – se reinventar para a vida.

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Pedacinho do relise
Durante 26 anos, a jornalista Ruth Rendeiro trabalhou na Embrapa. Foram 25 anos na Embrapa Amazônia Oriental, até que teve diagnosticado, em setembro de 2007, em exames periódicos, um câncer na mama esquerda.

Eu e Ruth no Círio2013.
Sete meses depois, seu marido, Manoel Dantas, também empregado da Embrapa, soube que estava com leucemia mieloide aguda. As limitações de tratamento na cidade natal os levaram para São Paulo. Ela para Campinas e ele para o Hospital AC Camargo, na capital. Mas em agosto de 2008, ele não resistiu e faleceu.

Durante mais de dois anos, Ruth amadureceu o desejo de narrar essa parte de sua vida e no próximo dia 5 de dezembro, enfim será lançado “Até que o câncer nos separe”, uma reunião de textos e lembranças e o que essa triste coincidência causou à sua vida e aos dois filhos à época com 12 e 16 anos. Ela ressalta, porém, que o livro não é um compêndio sobre câncer ou um livro de autoajuda.

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P.S - Tem uma história bem recente de um sururu que une eu e a Ruth.  Clica aqui pra ler.

1 comentários:

Pensamento Consciente disse...

Que lindo! Tenho uma amiga chamada Lúcia Rendeiro de Belém mas mora atualmente em Natal. Será que são parentes?
Fiquei curiosa para ler o livro. Um câncer também me separou de minha irmã ha quase 4 meses. Posso imaginar o sofrimento de ambos.

 
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